Você não precisa esperar o surgimento de algum sintoma grave para buscar ajuda especializada. Fazer acompanhamento com o oftalmologista deve ser um hábito do paciente que reconhece a importância de consultas frequentes para o diagnóstico precoce de doenças.
É preciso considerar que alguns problemas na visão podem se desenvolver silenciosamente. Desse modo, o paciente não apresenta quaisquer indícios da doença até que o quadro clínico se torne mais grave ou, em alguns casos, irreversível. Um exemplo de doença assintomática em seu estado inicial é o glaucoma, condição degenerativa do nervo óptico. Quanto mais tempo o paciente demora a recorrer ao oftalmologista, maiores as chances do caso se agravar e levar à perda total da visão.
O acompanhamento oftalmológico tem como objetivo detectar quaisquer irregularidades no globo ocular e na região dos olhos, a fim de averiguar a saúde ocular do paciente. Quando você consulta oftalmologista também são feitas orientações de cuidados diários com os olhos. Ciente da importância dessa rotina, descubra a seguir qual é a frequência ideal para ir ao oftalmologista.
COM QUE FREQUÊNCIA DEVEMOS IR O OFTALMOLOGISTA?
A frequência ideal varia conforme a idade do paciente, histórico familiar e a existência já conhecida de algum problema de visão. Por essa razão, é essencial que a periodicidade de retorno ao consultório seja definida pelo seu oftalmologista.
Como orientação geral, recomenda-se que esse hábito seja desenvolvido desde a infância, com visitas ao oftalmopediatra. Confira a seguir as estimativas de retorno ao consultório, independente de apresentar algum sintoma.
- Bebês e crianças: além de ser essencial realizar o teste do olhinho, o acompanhamento oftalmológico deve ser mantido nos primeiros meses de vida, em média duas vezes ao ano. Caso o médico encontre algum sinal de problema, essa frequência deve aumentar. Para crianças maiores de dois anos, em fase escolar, aconselha-se consultas anuais. É importante os adultos ficarem atentos a sinais como dificuldades de aprendizado ou queixas de dores de cabeça. Esses sintomas podem indicar problemas de visão, que portanto sugerem a necessidade de uma consulta oftalmológica.
- Adolescentes: essa é uma fase de desenvolvimento acelerado do corpo humano, e assim como os demais órgãos, o sistema visual também apresenta mudanças. Podem surgir alterações na vista, como miopia e hipermetropia, e por isso os exames oftalmológicos devem manter uma regularidade anual.
- Jovens e adultos: a partir da maioridade, a frequência recomendada para as consultas oftalmológicas permanece uma vez ao ano. Porém, caso o paciente já apresentem um histórico familiar de problemas de visão, a regularidade pode ser de seis meses. Já as pessoas acima de 40 anos precisam redobrar os cuidados com os olhos, afinal há muitas alterações oculares que surgem em decorrência do avanço da idade.
- Idosos: como essa é uma fase em que muitos problemas degenerativos se manifestam, as consultas são feitas em períodos mais curtos. A depender de cada caso, elas podem acontecer a cada seis meses, ou até mesmo de três em três meses.
PRINCIPAIS EXAMES OFTALMOLÓGICOS DE ROTINA
Os exames oftalmológicos são o principal meio para assegurar a saúde ocular. Através desses procedimentos, o oftalmologista consegue diagnosticar e prevenir o avanço de diversas doenças, desde as mais simples até as mais graves. Conheça os exames essenciais em uma consulta oftalmológica de rotina!
Anamnese oftalmológica
Procedimento inicial em todas as visitas ao oftalmologista, a anamnese é uma entrevista feita ao paciente. Nessa conversa é possível conhecer o histórico familiar, problemas oculares pré-existentes, eventuais sintomas e também hábitos da rotina capazes de interferir na visão. Por isso, a anamnese tem um papel importante na primeira consulta oftalmológica, na qual o profissional precisa reunir várias informações sobre o paciente.
Teste de acuidade visual
O teste de acuidade visual buscar identificar a nitidez com que as pessoas enxergam formas e contornos. No procedimento, o paciente senta-se em frente a uma tabela para discernir os detalhes mostrados nela, a uma distância de cerca de seis metros (20 pés). Por isso, o teste também é conhecido como visão 20/20.
A cada linha da tabela, há letras que o oftalmologista pede para o paciente identificar. Cada olho é avaliado individualmente. Apesar de ser um dos exames oftalmológicos rápidos e simples, aconselha-se que a pessoa leve um acompanhante. Afinal, é necessário dilatar a pupila para realizar o teste e, com a visão temporariamente turva e sensível, a pessoa pode ter dificuldade de voltar sozinha para casa.
Tonometria
Reconhecido como o principal exame para medir a pressão do olho, a tonometria ajuda a detectar doenças como glaucoma e hipotonia ocular. Além disso, é recomendado para o acompanhamento da pressão ocular em pacientes que fizeram operações intraoculares. Com ajuda de um tonômetro, o profissional impulsiona um jato de ar indolor no olho que, automaticamente, identifica a pressão intraocular.
Exame de refração
O exame de refração avalia a capacidade de enxergar, sendo importante para definir o grau dos óculos e das lentes de contato. Diferente do teste de acuidade visual, esse procedimento inclui o uso de dois equipamentos: o autorrefrator e refrator.
Enquanto o refrator é posicionado na frente do rosto, autorrefrator auxilia a encontrar o grau mais preciso para o paciente. Desse modo, o oftalmologista solicita que a pessoa diga as letras que aparecem no quadro. Ao longo do exame, o profissional vai trocando manualmente as lentes corretivas, avaliando os resultados de cada uma. Entre os possíveis problemas detectáveis pelo exame de refração estão:
- a miopia — dificuldade para enxergar à distância.
- a hipermetropia — dificuldade em enxergar de perto.
- o astigmatismo — problema ocular que causa visão desfocada e distorções da imagem.
- a presbiopia — perda da capacidade de focalizar objetos a curta distância, uma consequência natural do avanço da idade.
Para que o procedimento seja feito corretamente, o especialista dilata a pupila do paciente. Por isso, assim como o teste de acuidade visual, recomenda-se que o paciente seja acompanhado por algum familiar ou amigo.
Exame com lâmpada de fenda
Também conhecido como biomicroscopia, o exame com lâmpada de fenda tem a capacidade de analisar o olho humano em detalhes. Esse exame oftalmológico é realizado com uma fonte de luz de alta intensidade, juntamente com o uso do biomicroscópio. Com o procedimento, avalia-se todas as estruturas frontais: pálpebra, nervo óptico, esclera, conjuntiva, íris, cristalino e córnea. Desse modo, é possível detectar inflamações nos olhos e tumores oculares.
Exame de fundo de olho
Como o próprio nome já diz, esse exame permite ao oftalmologista avaliar as estruturas do fundo de olho, como o nervo óptico, os vasos sanguíneos, a retina e a mácula. Chamado também de fundoscopia, o procedimento é realizado com o auxílio do oftalmoscópio. Assim como os exames oftalmológicos de refração e o teste de acuidade visual, a fundoscopia exige a dilatação da pupila. Por isso, é necessário a presença de um acompanhante.
Em geral, o exame serve para diagnosticar doenças do nervo óptico e da retina, como glaucoma, degeneração macular, retinopatia diabética e hipertensão arterial.
SINTOMAS E OCORRÊNCIAS QUE EXIGEM CONSULTA OFTALMOLÓGICA URGENTE
Mesmo mantendo uma frequência de consulta anual e, às vezes, semestral, há casos em que o paciente precisa fazer uma visita de urgência ao oftalmologista, devido ao aparecimento de algum sintoma. Nesse casos, recorrer imediatamente ao oftalmologista evita a progressão de um problema que pode ser graves, mas que, se tratado a tempo, tem solução. Veja a seguir quais sintomas indicam a necessidade de ir ao oftalmologista o mais rápido possível.
Olhos vermelhos
A vermelhidão dos olhos está normalmente associada à fadiga ocular, alergia, síndrome do olho seco ou infecções oculares comuns, como conjuntivite. Entretanto, olhos vermelhos podem indicar também uma condição grave, como glaucoma e uveíte. Por isso, não hesite em procurar atendimento oftalmológico se apresentar esse quadro de forma persistente.
Visão escura ou visão turva
Apesar de ser um sintoma relativamente comum, a visão turva pode ser sinal de doença ocular grave, como catarata ou retinopatia diabética. Contudo, na maioria dos casos, esses são os primeiros indícios de um problema de refração ocular. Caso a pessoa já tenha essa condição, a visão embaçada costuma indicar que está na hora de ajustar o grau dos óculos.
Em relação à perda de visão repentina, é importante se atentar a esse sintoma, pois há sérias doenças oculares capazes de provocá-lo, como o glaucoma. Desse modo, buscar um oftalmologista o quanto antes é essencial.
Dor nos olhos
A dor nos olhos pode estar relacionada ao cansaço ocular ou ao uso inadequado de lentes de contato, por exemplo. Porém, ela também pode ser um importante sinal de que algo no seu sistema visual não vai bem. Algumas condições capazes de causar essa dor ocular são a blefarite, o terçol, o glaucoma, a úlcera de córnea e a uveíte. Como há risco de danos irreversíveis à visão, assim que sentir esse sintoma, recorra ao oftalmologista.
Trauma ocular
O globo ocular é uma estrutura extremamente delicada que pode ser lesionada em situações com impactos na região dos olhos, mordidas de animais, acidentes envolvendo produtos químicos e presença de corpo estranho. Por isso, o trauma ocular inclui uma série de situações que vão desde pancadas até queimaduras.
Nesses casos, buscar assistência médica imediata é indispensável para verificar se o olho afetado sofreu alguma lesão, que deve ser tratada adequadamente. O especialista examina os olhos a fim de identificar possíveis perfurações, sangramentos, descolamento de retina e aumento da pressão intraocular.
Agora que você já sabe os motivos e a importância de ir ao oftalmologista, adote esse hábito. Lembre-se: sua saúde ocular é tão importante quanto a de outras partes do seu organismo, consulta oftalmologista sempre que sentir quaisquer sintomas. Sua visão é um bem precioso, então cuide dela!
