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Conjuntivite: tipos, causas, sintomas e fatores de risco

conjuntivite: o que é, quais os tipos e sintomas, as causas e o tratamento.

O que é conjuntivite?

Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste parte do globo ocular (o branco dos olhos, conhecido como esclera) e o interior das pálpebras. Normalmente, a doença persiste entre 7 a 15 dias, não costumando deixar sequelas. Em alguns casos, termina por contagiar ambos os olhos.

Caso a conjuntivite seja infecciosa, pode passar de uma pessoa para outra com facilidade, afinal a transmissão acontece pelo contato com as secreções dos olhos do infectado. O maior período de contágio costuma ocorrer até o quarto dia, por isso a necessidade de ficar em casa e evitar ao máximo a proximidade com outras pessoas, em caso de suspeita do problema. 

Quais são as causas?

A conjuntivite pode ser causada pela reação alérgica ao pólen espalhado no ar. Em algumas situações, a alergia a poluentes e também a agentes irritantes como poluição, fumaça, cloro de piscina, produtos de limpeza, cosméticos e perfumes termina por ocasionar essa inflamação.

A conjuntivite também pode se manifestar como consequência de uma infecção. Nesse caso, ela costuma ser causada por vírus e bactérias transmitidos pelo contato direto com as secreções oculares, através de objetos contaminados e das mãos.  

Tipos de conjuntivite

Altamente contagiosa, principalmente durante os primeiros dias da manifestação, a conjuntivite tem maior incidência no verão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, os surtos de conjuntivite podem acontecer em qualquer época do ano. Contudo, essa propensão aumenta na estação mais quente, pois o calor e o tempo seco favorecem a disseminação dos agentes infecciosos.

Apesar do fácil contágio ser uma das características mais marcantes dessa doença ocular, nem todo tipo de conjuntivite é transmissível. Saiba o porquê conhecendo os tipos de conjuntivite e as particularidades de cada uma.

Conjuntivite infecciosa

Forma mais comum de manifestação da doença, a conjuntivite infecciosa possui alto índice de contágio e pode ser transmitida para outras pessoas pelo contato com o infectado. Desse tipo de conjuntivite há quatro subtipos. Conheça!

Conjuntivite viral 

De todos os outros subtipos, a viral é o mais comum. Ela é transmitida pelo adenovírus, o agente envolvido em vários resfriados. Dessa forma, seu contágio acontece não somente pelo contato com as secreções oculares, mas também através da tosse e do espirro do infectado. Outros quadros virais que favorecem a manifestação dessa doença são o sarampo, a catapora e, em casos mais raros, o agente causador da herpes. 

Conjuntivite bacteriana

Apesar de não ser tão comum quanto a viral, a conjuntivite bacteriana também é bastante contagiosa e, ocasionalmente, pode evoluir para um quadro mais grave. Sua transmissão acontece quando a pessoa entra em contato com a bactéria ao tocar em algum objeto contaminado. Dentre as mais comuns estão: Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus sp. Entretanto, os agentes causadores da gonorreia e da clamídia também podem provocar esse quadro infeccioso nos olhos.  

Conjuntivite neonatal

Como o próprio nome já indica, a conjuntivite neonatal acontece nas primeiras quatro semanas de vida do recém-nascido. As causas possíveis são a obstrução do ducto nasolacrimal, a reação causada pelo nitrato de prata ou antimicrobianos tópicos administrados no nascimento e a infecção viral ou bacteriana transmitida da mãe para o bebê durante o parto.  

Conjuntivite fúngica

A conjuntivite fúngica, dentre todas as outras manifestações, é a mais rara. Acontece quando o indivíduo acaba machucando os olhos com madeira ou usando lentes de contatos em más condições. Apesar de não ser a regra, essa conjuntivite não costuma ser fácil de tratar, podendo causar sequelas permanentes na visão.   

Conjuntivite alérgica

A conjuntivite alérgica é ocasionada pela hipersensibilidade do indivíduo a certo tipos de substâncias, como pólen, ácaro, poeira, mofo e pêlos de animais. Esses quadros de inflamação da conjuntiva não são contagiosos e apresentam diferentes períodos de maior incidência, de acordo com o que produz a alergia. Confira! 

Conjuntivite alérgica sazonal

Forma mais leve de apresentar esse transtorno, a conjuntivite alérgica sazonal surge em determinadas épocas do ano, como primavera e outono, devido à exposição excessiva ao pólen. No Brasil, acontece principalmente no sudoeste. É mais recorrente em países europeus, que têm estações do ano bem definidas. Em geral, esse subtipo está associado a rinite, bronquite ou asma.

Conjuntivite alérgica perene

Comumente relacionada a alérgenos ambientais como ácaros, pelos de animais, poeira e fungos, a conjuntivite alérgica perene também é uma forma leve da doença e pode acontecer em qualquer época — ou seja durante todo o ano. 

Ceratoconjuntivite atópica

Em geral, esse subtipo de conjuntivite alérgica está associado a pacientes com dermatite atópica desde a infância. Embora rara, é preciso ter muita atenção com essa forma crônica da doença, pois ela é considerada um quadro grave, podendo causar até mesmo catarata.  

Conjuntivite primaveril

A conjuntivite primaveril é uma doença crônica, que começa a se manifestar na infância, na maioria das vezes, aos cinco anos de idade. Apesar de iniciar cedo, esse tipo de inflamação da conjuntiva pode se estender até os 15 anos.

Conjuntivite papilar gigante

Um dos problemas mais frequentes associados ao uso de lentes de contato é alergia. A conjuntivite papilar gigante é justamente causada pela intolerância do paciente ao contato dessas lentes com os olhos. 

Conjuntivite tóxica

Essa forma da doença também não é contagiosa, entretanto, caso não receba o devido tratamento, pode causar consequências graves a visão. Dentre todas as manifestações, esse é o tipo mais perigoso. Por isso, apesar dos casos de conjuntivite tóxica serem raros, nunca devem ser negligenciados pelo paciente. Esse problema ocular é desencadeado quando os olhos entram em contato direto com produtos químicos, a exemplo de shampoos, materiais de limpeza, inseticida, spray de cabelo, dentre outros. 

Quais são os fatores de risco?

A falta do hábito de lavar as mãos antes de ingerir algum alimento ou tocar em partes do rosto, como nariz e boca, é um fator determinante para a disseminação de conjuntivite. Isso porque um dos principais fatores de risco é pôr as mãos não higienizada higienizá-las nos olhos, afinal elas podem estar contaminadas por algum microorganismo. Além disso, as mãos sujas geralmente carregam substâncias danosas à saúde ocular. Outros fatores de risco são:

  • Exposição a uma pessoa com conjuntivite viral ou bacteriana.
  • Contato com algum produto ou substância à qual o indivíduo seja alérgico.
  • Baixa imunidade.
  • Uso prolongado de lentes de contato.

Em alguns casos, como dito antes, há patologias que ajudam na predisposição ao desenvolvimento da conjuntivite. Dentre elas estão herpes, clamídia, doenças autoimunes e virais. Além disso, um fator de risco para a disseminação de infecção na conjuntiva para ambos os olhos é o autocontágio. Em outras palavras, o ato da pessoa coçar o olho infectado e, em seguida, encostar a mesma mão no olho saudável.

Sintomas da conjuntivite

Um dos sinais mais comuns e marcantes de todos os tipos de conjuntivite é a vermelhidão nos olhos. Entretanto, há outras formas de manifestação dessa doença, inclusive com alguns sintomas específicos para cada tipo. Confira os principais!

  • Coceira nos olhos. Nos casos alérgicos, a coceira é ainda mais intensa;
  • Lacrimejamento;
  • Secreção purulenta, em quadros de infecção bacteriana;
  • Inchaço nas pálpebras;
  • Fotofobia, aversão à luz pela dor que ocasiona aos olhos;
  • Sensação de areia ou de cisco nos olhos;
  • Pálpebras grudadas ao acordar;
  • Secreção esbranquiçada, em quadros de infecção viral;
  • Visão turva.

Em casos de conjuntivite alérgica e viral, esses sintomas podem ser acompanhados por espirros e coriza. Além disso, em alguns quadros clínicos, poderá aparecer febre e dor de garganta, um possível sinal da presença do adenovírus no organismo.

Como é feito o diagnóstico? 

De modo geral, o diagnóstico da conjuntivite costuma ser clínico, ou seja, depende dos sintomas apresentados pelo paciente e do exame oftalmológico no qual o especialista identifica qual a doença. A consulta com oftalmologista, portanto, é essencial para detectar o problema ocular e as causas dessa inflamação, estabelecendo o tratamento ideal para cada tipo de conjuntivite. 

Fazer um exame minucioso também é fundamental para descartar outras doenças que apresentam alguns sintomas similares aos da conjuntivite, como a uveíte, por exemplo. Em alguns casos, os oftalmologistas podem recorrer ao exame laboratorial para confirmar o diagnóstico da doença. 

Principais exames

  • Exame oftalmológico durante a consulta: nesse caso, é usada a lâmpada de fenda, uma fonte de luz de alta intensidade, em conjunto com um microscópio. Esses recursos permitem a observação das estruturas frontais do olho com clareza.   
  • Exame laboratorial: através da coleta da secreção ocular para análise em laboratório é possível realizar o diagnóstico desse quadro clínico. 

Tratamento para conjuntivite 

O tratamento para conjuntivite depende unicamente da causa, ou seja, do agente causador dessa doença. Por isso, o diagnóstico feito por um oftalmologista é fundamental. O uso indevido de algum colírio pode agravar a condição do paciente, gerando até mesmo complicações futuras. Em outro artigo já publicado aqui no blog, você pode conhecer em detalhes os riscos da automedicação com colírios. O mais importante pode ser resumido em uma orientação: para tratar a conjuntivite, nunca recorra a indicações de remédios feitas por qualquer pessoa que não seja um médico oftalmologista.    

Tratamento para conjuntivite infecciosa

Nos quadros de conjuntivites virais, não há uma medicação específica para curar essa inflamação. Em geral, ela se resolve sozinha entre uma e duas semanas, sendo suficientes tratamentos para amenizar os sintomas. A ressalva fica por conta dos casos provocados pelo vírus da herpes, que demandam o uso de um antiviral para solucionar o problema. 

Para os quadros de conjuntivites bacterianas, o tratamento requer a utilização de colírios antibióticos. Essa medicação deve ser prescrita exclusivamente por um oftalmologista, pois há colírios contraindicados para esse problema e o uso incorreto pode provocar sérias complicações. Caso a conjuntivite seja causada por algum fungo, aconselha-se o uso de antifúngico para tratar o problema. 

Tratamento para conjuntivite alérgica

Seja conjuntivite alérgica ou qualquer outro quadro advindo de uma alergia, a primeira orientação a ser informada ao paciente é o fato da doença ser crônica e recorrente. Por isso, deve-se identificar o agente causador e evitar ao máximo o contato.  

Para além disso, anti-histamínicos ou corticóides tópicos podem ser receitados pelos médicos para auxiliar o tratamento. Algumas medidas que ajudam a diminuir a intensidade e periodicidade das crises são: evitar o acúmulo de poeira em tapetes, cortinas e bichos de pelúcia; não coçar os olhos; e cuidar bem da higiene do ambiente.  

Tratamento para conjuntivite tóxica

Em caso de conjuntivite tóxica, é necessário lavar os olhos com água filtrada ou soro fisiológico em abundância e buscar o oftalmologista o mais rápido possível. Remover o agente causador costuma ser o bastante para sanar a conjuntivite, além do uso do colírio como para aliviar o incômodo. Entretanto, caso o quadro avance para uma infecção periocular, pode ser preciso realizar uma cirurgia.  

Prognóstico 

A conjuntivite tem cura e, geralmente, possui um bom prognóstico. Entretanto, há quadros mais graves que terminam por deixar sequelas, a exemplo da conjuntivite química, que é altamente agressiva e pode gerar sérios danos à córnea.   

Desse modo, o paciente deve seguir as orientações e acompanhar com cuidado a evolução do quadro. Se dentro de sete dias o tratamento não apresentar respostas ou houver piora, a pessoa deve retornar ao oftalmologista para reavaliar sua condição. Afinal, existem agentes etiológicos resistentes a certas medicações, e pode ser necessária a troca do medicamento.

Dicas

Independente do tipo de conjuntivite, há medidas que podem ser adotadas durante o período de tratamento para quaisquer formas de manifestação da doença, a fim de aliviar os sintomas e ajudar no processo de recuperação. Saiba quais hábitos você deve adotar em caso de conjuntivite:  

  • Evitar coçar os olhos.
  • Fazer compressas com pano úmido e morno para remover as secreções secas.
  • Fazer compressas de água fria, devidamente filtrada, para diminuir o inchaço das pálpebras.
  • Lavar frequentemente os olhos com soro fisiológico.
  • Não usar lentes de contato até a liberação do oftalmologista.
  • Trocar as fronhas dos travesseiros diariamente. 

Possíveis complicações

Caso não recebam o devido tratamento, as conjuntivites podem causar ceratite (uma lesão na córnea) e úlcera de córnea. Pessoas que usam lentes de contato possuem uma predisposição maior a apresentar esses problemas.

Além disso, outras complicações possíveis incluem pequenas opacidades na córnea, prejudicando a visão, e o aparecimento de membrana conjuntival. Neste caso em específico, é necessária a extração dessa membrana, para não prejudicar a lubrificação natural dos olhos. 

As conjuntivites alérgicas também podem trazer sequelas graves à visão, se não tratadas corretamente. Entre elas, a úlcera de córnea e o ceratocone, esse último uma condição crônica na qual a córnea acaba se curvando para fora. 

Dúvidas frequentes

Como diferenciar os tipos de conjuntivite?

Como já foi dito, os sintomas de conjuntivite em geral são bastante similares. Em alguns casos, é possível identificá-las de imediato pela cor da secreção ocular. Para diferenciar os tipos de conjuntivite com precisão, a pessoa com suspeita deve recorrer ao oftalmologista.   

Posso pegar conjuntivite pelo ar?

Alguns tipos de conjuntivite são altamente contagiosos, mas, diferente da crença popular, não podem ser transmitidos pelo ar. Esse equívoco persiste por ser bastante fácil contrair essa doença: basta encostar no muco ou secreção, cumprimentar a pessoa infectada – que não tomou os devidos cuidados com a higienização do rosto e das mãos – ou tocar em um objeto contaminado – como toalhas, fronhas, lençóis etc. Por isso, o ideal é o infectado evitar o contato com outros indivíduos. 

Quem já teve conjuntivite pode ter novamente?

É possível ter conjuntivite mais de uma vez, além disso essa nova transmissão também pode acontecer por um vírus diferente daquele que ocasionou a doença pela primeira vez. Em casos de conjuntivites alérgicas, esse pode ser um problema recorrente pelo fato do paciente estar exposto ao agente causador da alergia. 

Como prevenir a conjuntivite?

Existem algumas medidas preventivas que podem diminuir a transmissão da conjuntivite, evitando, até mesmo, que os indivíduos próximos à pessoa contaminada sejam infectados também. Saiba como se prevenir!

  • Nunca coce os olhos sem antes higienizar as mãos. 
  • Não compartilhe objetos pessoais, como toalhas e produtos de maquiagem. 
  • Lave com frequência o rosto e as mãos. 
  • Evite usar toalhas de papel para enxugar os olhos e o rosto. 
  • Troque roupas de cama e toalhas semanalmente.
  • Evite nadar em piscinas sem tratamento adequado. 
  • Não use colírios sem prescrição médica. 
  • Evite se expor a agentes irritantes, como fumaça e poeira.
  • Caso seja alérgico a alguma substância, evite ao máximo ter contato com ela.
  • Se há alguém com conjuntivite na sua casa, não dê abraços, apertos de mãos nem beijos. Limpe todos os objetos que são compartilhados, como controle remoto, com álcool em gel antisséptico. Não use as mesmas fronhas e lençóis da pessoa, muito menos a toalha.

Quando tomadas as devidas preocupações e realizados os tratamentos adequados, a conjuntivite costuma passar sem grandes problemas. Porém, caso não seja corretamente tratada, essa doença pode se prolongar por semanas ou, até mesmo, meses, comprometendo a visão. Por isso, em casos de suspeita, não hesite em manter o distanciamento das pessoas e procurar um oftalmologista para diagnosticar com precisão se efetivamente trata-se de um quadro de conjuntivite e, caso seja, de qual tipo.

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